
Willian Diego Liell
Espanhol
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Língua castelhana
Castelhano (castellano) ou espanhol (español) são os nomes atribuídos a uma língua românica originária da Espanha e que hoje é a língua mais falada das Américas. O idioma castelhano tem essa denominação por ser originário da região de Castela, mas também é chamado de "espanhol" por ser a língua oficial da Espanha, o que tem gerado uma grande polêmica por causa dessas diferentes denominações. Junto com o inglês é a língua ocidental que possui mais falantes.
[editar] Distribuição geográfica
Enquanto na lista mundial de línguas mais faladas figure na segunda, terceira ou quarta posição segundo a fonte consultada (os censos da Índia e América do Sul variam muito segundo o organismo consultado), o que fica claro é que em importância ocupa a segunda posição atrás do Inglês, com quase quatrocentos milhões de falantes nativos.
Embora o castelhano seja uma língua principalmente americana, é falada nos seis "continentes", embora em alguns de forma quase residual:
- Américaé oficial em:
Argentina
Bolívia
Chile
Colômbia
Costa Rica
Cuba
Equador
Espanha
El Salvador
Guatemala
Honduras
México
Nicarágua
Panamá
Paraguai
Peru
Porto Rico
República Dominicana
Uruguai
Venezuela
- mas sua presença também é importante no
- África: Canárias, Ceuta, Melilha, Guiné Equatorial. Em 11 de julho de 2001, o espanhol (castelhano) foi declarado uma das línguas oficiais da Organização da Unidade Africana (OUA), junto com o árabe, francês, inglês, português e kiSwahili.
- Europa: é oficial na Espanha e se fala também em Andorra e Gibraltar. Núcleos de imigrantes na Alemanha, França, Itália, República Checa e Suíça. É uma das línguas oficiais da União Européia.
- Oceania: Ilha da Páscoa (Chile). Núcleos de imigrantes na Austrália.
Também é uma das seis línguas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU).[2]
[editar] Dialetos
- Dialeto andaluz
- Dialeto canário
- Dialeto churro
- Dialeto murciano
- Dialeto extremenho
- Espanhol amazônico
- Espanhol andino
- Espanhol boliviano
- Espanhol caribenho
- Espanhol centro-americano
- Espanhol chileno
- Espanhol colombiano central
- Espanhol colombiano-equatoriano ribeirinho
- Espanhol mexicano
- Espanhol peruano ribeirinho
- Espanhol venezuelano
- Espanhol rioplatense
- Espanhol da Guiné Equatorial
- Espanhol das Filipinas
- Espanhol neotradicional
[editar] Línguas derivadas
Entre as línguas crioulas e outras línguas derivadas desta língua se podem citar o ladino e o chabacano, falado em algumas localidades das Filipinas.
[editar] Diferenças
Castelhano da Espanha | Castelhano da América Latina | Tradução ao Português |
---|---|---|
acera | vereda (Arg.) | calçada, passeio |
aguacate | palta / aguacate | abacate |
alquilar | rentar (Mex.)/arrendar (Col.) | alugar, arrendar |
alquiler | renta (Mex. e Chile)/arriendo (Col.) | aluguel, aluguer ou renda (em Portugal) |
apresurar | apurar | apressar |
arcén | banquina (Arg. Parag. e Urug.) | acostamento, berma da estrada |
ascensor | elevador / ascensor (Col.) | elevador |
calabaza | zapallo / ayote (Méx e Amér. Central) / calabaza (Col.) | abóbora |
calabacín | chilacayote (Méx e Amér. Central) / Calabacín (Col.) | abobrinha, courgette |
coche (automóvil) | auto / carro (automóvil) | carro (automóvel) |
coger | tomar / agarrar / sujetar / coger (Col.) | pegar, segurar |
chaval | chavo (Méx.) / pibe (Arg.) / chino (Col.) | rapaz, garoto, menino, moço, miúdo, chavalo (em Portugal) |
chófer | conductor / chofer | motorista, condutor, chofer |
eh / ey / oye | che (Arg.) / oye / eh | ei / aê / aí |
judías | frijoles, porotos (Arg.) | feijão |
móvil (teléfono) | celular (teléfono) | celular (telefone), telemóvel |
ordenador | computadora / computador | computador |
Papá Noel | Santa Claus (Méx e Amér. Central) / Viejito Pascuero (Chile) / Papá Noel (Col.) | Papai Noel, Pai Natal |
prisa | apuro | pressa |
puchero | olla | panela |
vídeo | video | vídeo |
zapatillas (deportivas) | tenis / zapatillas | tênis (Brasil), ténis (calçado), sapatilhas (em Portugal) |
[editar] Glossário
- Amér. Central = América Central
- Arg. = Argentina
- Méx. = México
- Urug. = Uruguai
- Col. = Colômbia
[editar] Fonemas
Tem semelhanças com o português. Contudo, existem diferenças, sendo as principais, ("letra castelhana/espanhola" = "letra portuguesa"): Ll = Lh, Ñ = Nh, Ch = Tch, B e V = B, X = /ks/ (nem sempre, como em México, que soa como méjico). Não há, no espanhol, o som da letra X como em xadrez. As letras K (/ca/, /que/, /qui/, /co/, /cu/), W (/v/ em palavras de origem alemã e /u/ em de origem inglesa) e Y (/i/) fazem parte do alfabeto castelhano/espanhol, a i grega (Y) pode ser consoante ou vogal, quando consoante tem um som mais forte. O "J" é um caso à parte: tem um som inexistente em português (o som que chega mais perto é o do R forte brasileiro e dalgumas zonas de Portugal - como em carro). O som correspondente ao "J" português é representado por "LL" no espanhol platino, e inexistente noutros dialectos. Fora isso não há acentos graves, til (Ñ não conta) ou circunflexo. Assim como no português ge = je e gi = ji, e também há o gue e gui, a letra Q segue o mesmo esquema (que = ke, qui = ki) e também há trema. Em castelhano/espanhol o costume é encerrar palavra com N e não com M. O Ç apesar de ter nascido do castelhano/espanhol foi abolido, tal como o SS. Já RR existe no castelhano/espanhol e usa-se da mesma forma que no português. Vale ressaltar que a pronúncia é de 'dois erres', ou seja, /r/,/r/, e não de /ř/ como em carro /kařo/. O Z e o C, este último antes de E ou I, em Espanha pronunciam-se de forma similar ao "th" inglês em "think" ou "something".
[editar] História
A língua castelhana é o idioma da Espanha, da América do Sul e Central (excepto Brasil, Haiti, Guianas e várias ilhas caribenhas), das Filipinas e da Guiné Equatorial, na África. Conta com cerca de duzentos e cinquenta milhões de falantes. Também é chamada de ”castelhano”, nome da comunidade lingüística (Castela) que lhe deu origem nos tempos medievais. Na Espanha também são falados o catalão, o asturiano, o aragonês e o galego (idiomas de tronco românico), e o basco, uma língua cujas origens ainda são estudadas.
Na formação do castelhano/espanhol, podem-se distinguir três períodos: o medieval ou castelhano antigo (dos séculos X ao XV), o espanhol moderno (entre os séculos XVI e XVII) e o contemporâneo, que vai da fundação da Real Academia Espanhola até nossos dias.
Apesar de ser um idioma falado em regiões tão distantes, a ortografia e as normas gramaticais asseguram a integridade da língua, daí a colaboração entre as diversas Academias da Língua de Espanha e as dos países americanos no intuito de preservar esta unidade. Espanha elaborou o primeiro método unitário de ensino do idioma que é difundido por todo o mundo através do Instituto Cervantes.
[editar] Latim vulgar
Como disse Menéndez Pidal: “a base do idioma é o latim popular, propagado na Espanha a partir do final do século III a.C. até se impor às línguas ibéricas”. Entre os séculos III e VI, a língua que evoluía em Espanha assimilou germanismos através do latim falado pelos povos bárbaros romanizados que invadiram a península. Com o domínio muçulmano de oito séculos, a influência do árabe — idioma dos conquistadores berberes — foi decisiva na configuração das línguas ibéricas, entre as quais se incluem o castelhano/espanhol e o português.
[editar] Glosas medievais
O nome da língua procede da terra dos castelos, Castela. A esta época pertencem as Glosas Silenses e as Emilianenses, do século X, anotações em romance dos textos latinos no Monastério de Yuso (San Millán de la Cogolla), convertendo-se em centro medieval de cultura, mas a mais antiga referência ao idioma vem do Cartulário de Valpuesta, nos primeiros anos do século IX
O primeiro passo para converter o castelhano em língua oficial do reino de Castela e Leão foi dado por Afonso X. Foi ele quem mandou compor em romance, e não em latim, as grandes obras históricas, astronômicas e legais. O castelhano era a língua dos documentos notários e da Bíblia traduzida sob as ordens de Afonso X. Graças ao Caminho de Santiago, entraram na língua escassos galicismos que foram propagados pela ação dos trovadores da poesia cortesã e provençal.
[editar] Árabe
No sul, sob domínio árabe, as comunidades hispânicas que conviviam com as comunidades judaica e árabe falavam moçárabe. Esta é a língua na qual foram escritos os primeiros poemas, as Jarchas, que conservam uma forma estrófica de clara origem semítica, a moasajas. Em quase oito séculos de interação (711-1492), os povos falantes de Árabe deixaram no castelhano um abundante vocabulário de cerca de quatro mil termos. Com o tempo foram caindo em desuso mas há vestigios modernos, palavras de uso comum como tambor, adobe, alfombra, zanahoria, almohada, e a expressão ojalá, como em português "oxalá" que significa "queira deus" (literalmente: queira Alá). Cabe assinalar que penetrou na gramática castelhana a preposição árabe hatta (حتى), que se converteu na preposição espanhola hasta.
[editar] Primeira gramática moderna europeia
A publicação da primeira gramática castelhana, escrita por Elio Antonio de Nebrija em 1492, ano do descobrimento da América, estabelece o marco inicial da segunda etapa de conformação e consolidação do idioma. O castelhano adquire grande quantidade de neologismos, pois o momento coincidiu com a expansão de Castela que, pela força política, conseguiu consolidar seu dialeto como língua dominante. O castelhano é a língua dos documentos legais, da política externa e a que chega à América pela mão da grande empreitada realizada pela Coroa de Castela. Nesta mesma época os judeus sefarditas foram expulsos de Castela e Aragão, levando consigo a fala que daria lugar ao ladino, uma língua que ouvida parece castelhano.
Num primeiro momento, os realistas não mostraram interesse em difundir a língua castelhana na América e nas Filipinas, realizando-se a evangelização nas línguas nativas.
Na França, Itália e Inglaterra são editados gramáticas e dicionários para o ensino do castelhano/espanhol, que ganha o status de língua diplomática até a primeira metade do século XVIII. O léxico incorporou palavras originárias de tantas línguas quantos contatos políticos possuía o Império: italianismos, galicismos e americanismos. No ano 1713 fundou-se a Real Academia Espanhola. Como primeira tarefa, a Academia fixou as mudanças feitas pelos falantes do idioma, o que permitiu grande variedade de estilos literários: da liberdade das alterações sintáticas do barroco, no