Willian Diego Liell


Espanhol

Esta categoria está em branco.


Língua castelhana

Castelhano (castellano) ou espanhol (español) são os nomes atribuídos a uma língua românica originária da Espanha e que hoje é a língua mais falada das Américas. O idioma castelhano tem essa denominação por ser originário da região de Castela, mas também é chamado de "espanhol" por ser a língua oficial da Espanha, o que tem gerado uma grande polêmica por causa dessas diferentes denominações. Junto com o inglês é a língua ocidental que possui mais falantes.

[editar] Distribuição geográfica

Enquanto na lista mundial de línguas mais faladas figure na segunda, terceira ou quarta posição segundo a fonte consultada (os censos da Índia e América do Sul variam muito segundo o organismo consultado), o que fica claro é que em importância ocupa a segunda posição atrás do Inglês, com quase quatrocentos milhões de falantes nativos.

Embora o castelhano seja uma língua principalmente americana, é falada nos seis "continentes", embora em alguns de forma quase residual:

mas sua presença também é importante no

Também é uma das seis línguas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU).[2]

País  ↓ Número de falantes  ↓
 México 106.682.500[3]
 Estados Unidos 55.000.000[4] (44.321.038 no censo)[5]
Espanha Espanha 46.063.511 [6]
 Colômbia 44.500.000[7]
Argentina 39.745.613[8]
 Peru 28.750.770[9]
 Venezuela ~27.000.000
 Chile 16.763.470[10]
Equador 13.363.593[11]
 Guatemala 13.354.000[12]
 Cuba 11.286.000
 Bolívia 10.027.643[13]
República Dominicana 9.760.000 [14]
Honduras 7.146.118
El Salvador 6.992.000
Nicarágua 5.603.000 [15]
Costa Rica 4.468.000 [16]
Paraguai 6.127.000 [17]
 Reino Unido 107.654[18]
Porto Rico Porto Rico 3.991.000 [19]
Uruguai 3.341.000 [20]
 Panamá 3.343.000 [21]
Guiné Equatorial 1.137.143[22]
 Canadá 1.000.000[23]
Bandeira da França França 440.106[24]
Brasil Brasil 409.564[25]
Alemanha Alemanha 140.000[26]
 Israel 130.000[27]
Suíça 123.000[28]
Belize 106.795 [29]
 Austrália 106.517 [30]
Suécia Suécia 101.472[31]
Itália Itália 89.905[32]
Bélgica Bélgica 85.990[33]
 Japão 76.565[34]
 Andorra 41.644[35]
 Nova Zelândia 21,645[36]
 Marrocos 20.000[37]
 Países Baixos 19.978[38]
Ilhas Virgens Americanas 16.788
 Noruega 12.573[39]
Portugal Portugal 9.744[40]
 Jamaica 8.000
Trinidad e Tobago 4.100
 Rússia 3.320
Luxemburgo Luxemburgo 3.000
Filipinas 2.658[41]
 Argélia 379[42]

[editar] Dialetos

[editar] Línguas derivadas

Entre as línguas crioulas e outras línguas derivadas desta língua se podem citar o ladino e o chabacano, falado em algumas localidades das Filipinas.

[editar] Diferenças

Castelhano da Espanha Castelhano da América Latina Tradução ao Português
acera vereda (Arg.) calçada, passeio
aguacate palta / aguacate abacate
alquilar rentar (Mex.)/arrendar (Col.) alugar, arrendar
alquiler renta (Mex. e Chile)/arriendo (Col.) aluguel, aluguer ou renda (em Portugal)
apresurar apurar apressar
arcén banquina (Arg. Parag. e Urug.) acostamento, berma da estrada
ascensor elevador / ascensor (Col.) elevador
calabaza zapallo / ayote (Méx e Amér. Central) / calabaza (Col.) abóbora
calabacín chilacayote (Méx e Amér. Central) / Calabacín (Col.) abobrinha, courgette
coche (automóvil) auto / carro (automóvil) carro (automóvel)
coger tomar / agarrar / sujetar / coger (Col.) pegar, segurar
chaval chavo (Méx.) / pibe (Arg.) / chino (Col.) rapaz, garoto, menino, moço, miúdo, chavalo (em Portugal)
chófer conductor / chofer motorista, condutor, chofer
eh / ey / oye che (Arg.) / oye / eh ei / aê / aí
judías frijoles, porotos (Arg.) feijão
móvil (teléfono) celular (teléfono) celular (telefone), telemóvel
ordenador computadora / computador computador
Papá Noel Santa Claus (Méx e Amér. Central) / Viejito Pascuero (Chile) / Papá Noel (Col.) Papai Noel, Pai Natal
prisa apuro pressa
puchero olla panela
vídeo video vídeo
zapatillas (deportivas) tenis / zapatillas tênis (Brasil), ténis (calçado), sapatilhas (em Portugal)

[editar] Glossário

  • Amér. Central = América Central
  • Arg. = Argentina
  • Méx. = México
  • Urug. = Uruguai
  • Col. = Colômbia

[editar] Fonemas

Tem semelhanças com o português. Contudo, existem diferenças, sendo as principais, ("letra castelhana/espanhola" = "letra portuguesa"): Ll = Lh, Ñ = Nh, Ch = Tch, B e V = B, X = /ks/ (nem sempre, como em México, que soa como jico). Não há, no espanhol, o som da letra X como em xadrez. As letras K (/ca/, /que/, /qui/, /co/, /cu/), W (/v/ em palavras de origem alemã e /u/ em de origem inglesa) e Y (/i/) fazem parte do alfabeto castelhano/espanhol, a i grega (Y) pode ser consoante ou vogal, quando consoante tem um som mais forte. O "J" é um caso à parte: tem um som inexistente em português (o som que chega mais perto é o do R forte brasileiro e dalgumas zonas de Portugal - como em carro). O som correspondente ao "J" português é representado por "LL" no espanhol platino, e inexistente noutros dialectos. Fora isso não há acentos graves, til (Ñ não conta) ou circunflexo. Assim como no português ge = je e gi = ji, e também há o gue e gui, a letra Q segue o mesmo esquema (que = ke, qui = ki) e também há trema. Em castelhano/espanhol o costume é encerrar palavra com N e não com M. O Ç apesar de ter nascido do castelhano/espanhol foi abolido, tal como o SS. Já RR existe no castelhano/espanhol e usa-se da mesma forma que no português. Vale ressaltar que a pronúncia é de 'dois erres', ou seja, /r/,/r/, e não de /ř/ como em carro /kařo/. O Z e o C, este último antes de E ou I, em Espanha pronunciam-se de forma similar ao "th" inglês em "think" ou "something".

[editar] História

A língua castelhana é o idioma da Espanha, da América do Sul e Central (excepto Brasil, Haiti, Guianas e várias ilhas caribenhas), das Filipinas e da Guiné Equatorial, na África. Conta com cerca de duzentos e cinquenta milhões de falantes. Também é chamada de ”castelhano”, nome da comunidade lingüística (Castela) que lhe deu origem nos tempos medievais. Na Espanha também são falados o catalão, o asturiano, o aragonês e o galego (idiomas de tronco românico), e o basco, uma língua cujas origens ainda são estudadas.

Na formação do castelhano/espanhol, podem-se distinguir três períodos: o medieval ou castelhano antigo (dos séculos X ao XV), o espanhol moderno (entre os séculos XVI e XVII) e o contemporâneo, que vai da fundação da Real Academia Espanhola até nossos dias.

Apesar de ser um idioma falado em regiões tão distantes, a ortografia e as normas gramaticais asseguram a integridade da língua, daí a colaboração entre as diversas Academias da Língua de Espanha e as dos países americanos no intuito de preservar esta unidade. Espanha elaborou o primeiro método unitário de ensino do idioma que é difundido por todo o mundo através do Instituto Cervantes.

[editar] Latim vulgar

Como disse Menéndez Pidal: “a base do idioma é o latim popular, propagado na Espanha a partir do final do século III a.C. até se impor às línguas ibéricas”. Entre os séculos III e VI, a língua que evoluía em Espanha assimilou germanismos através do latim falado pelos povos bárbaros romanizados que invadiram a península. Com o domínio muçulmano de oito séculos, a influência do árabe — idioma dos conquistadores berberes — foi decisiva na configuração das línguas ibéricas, entre as quais se incluem o castelhano/espanhol e o português.

[editar] Glosas medievais

O nome da língua procede da terra dos castelos, Castela. A esta época pertencem as Glosas Silenses e as Emilianenses, do século X, anotações em romance dos textos latinos no Monastério de Yuso (San Millán de la Cogolla), convertendo-se em centro medieval de cultura, mas a mais antiga referência ao idioma vem do Cartulário de Valpuesta, nos primeiros anos do século IX

O primeiro passo para converter o castelhano em língua oficial do reino de Castela e Leão foi dado por Afonso X. Foi ele quem mandou compor em romance, e não em latim, as grandes obras históricas, astronômicas e legais. O castelhano era a língua dos documentos notários e da Bíblia traduzida sob as ordens de Afonso X. Graças ao Caminho de Santiago, entraram na língua escassos galicismos que foram propagados pela ação dos trovadores da poesia cortesã e provençal.

[editar] Árabe

No sul, sob domínio árabe, as comunidades hispânicas que conviviam com as comunidades judaica e árabe falavam moçárabe. Esta é a língua na qual foram escritos os primeiros poemas, as Jarchas, que conservam uma forma estrófica de clara origem semítica, a moasajas. Em quase oito séculos de interação (711-1492), os povos falantes de Árabe deixaram no castelhano um abundante vocabulário de cerca de quatro mil termos. Com o tempo foram caindo em desuso mas há vestigios modernos, palavras de uso comum como tambor, adobe, alfombra, zanahoria, almohada, e a expressão ojalá, como em português "oxalá" que significa "queira deus" (literalmente: queira Alá). Cabe assinalar que penetrou na gramática castelhana a preposição árabe hatta (حتى), que se converteu na preposição espanhola hasta.

[editar] Primeira gramática moderna europeia

A publicação da primeira gramática castelhana, escrita por Elio Antonio de Nebrija em 1492, ano do descobrimento da América, estabelece o marco inicial da segunda etapa de conformação e consolidação do idioma. O castelhano adquire grande quantidade de neologismos, pois o momento coincidiu com a expansão de Castela que, pela força política, conseguiu consolidar seu dialeto como língua dominante. O castelhano é a língua dos documentos legais, da política externa e a que chega à América pela mão da grande empreitada realizada pela Coroa de Castela. Nesta mesma época os judeus sefarditas foram expulsos de Castela e Aragão, levando consigo a fala que daria lugar ao ladino, uma língua que ouvida parece castelhano.

Num primeiro momento, os realistas não mostraram interesse em difundir a língua castelhana na América e nas Filipinas, realizando-se a evangelização nas línguas nativas.

Na França, Itália e Inglaterra são editados gramáticas e dicionários para o ensino do castelhano/espanhol, que ganha o status de língua diplomática até a primeira metade do século XVIII. O léxico incorporou palavras originárias de tantas línguas quantos contatos políticos possuía o Império: italianismos, galicismos e americanismos. No ano 1713 fundou-se a Real Academia Espanhola. Como primeira tarefa, a Academia fixou as mudanças feitas pelos falantes do idioma, o que permitiu grande variedade de estilos literários: da liberdade das alterações sintáticas do barroco, no