Willian Diego Liell


Alemão

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Língua alemã

A língua alemã (deutsche Sprache) ou alemão (Deutsch) é uma língua indo-européia do grupo ocidental das línguas germânicas. A língua alemã é a língua com o maior número de falantes na União Européia.

Difusão

O alemão é falado principalmente na Alemanha, Áustria, Liechtenstein, na maior parte da Suíça (ver suíço-alemão), em Luxemburgo, na região italiana do Tirol Meridional, no voivodato polaco de Opole (Oppeln), em algumas comunas dos cantões orientais da Bélgica, em partes da Roménia e nas regiões francesas da Alsácia (Elsass) e Lorena (Lothringen).

Adicionalmente, a antiga possessão colonial alemã da Namíbia tem populações significativas de língua alemã, e existem minorias de língua alemã em vários países da Europa Oriental, incluindo Rússia, Hungria, República Checa, Eslováquia, Polônia, Romênia, Lituânia, e a Eslovênia.

O alemão também é falado na América do Sul, em certas regiões do sul do Chile, em algumas comunidades da Argentina e do Paraguai mas principalmente em certas porções do Brasil meridional (isto é, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com comunidades mais restritas no Paraná, São Paulo e Espírito Santo).

Na América do Norte os Amish, alguns menonitas entre outros grupos também falam uma forma ou outra do alemão. Por exemplo, em cidades como Leavenworth, Washington e em várias localidades do Texas e da região central dos Estados Unidos.

Vale notar que o alemão clássico é muito difundido nos meios intelectuais e acadêmicos deste país. A língua alemã também é uma das preferidas por estudantes secundários e universitários. Cerca de 120 milhões de pessoas, ou um quarto dos europeus, têm o alemão como língua materna.

Foi também a língua materna de grandes músicos (Mozart, Bach, Beethoven, Wagner, Haydn, Schubert, Strauß, Brahms, Schumann etc), escritores (Goethe, Schiller etc) e físicos, matemáticos, químicos, psicanalistas, biólogos, sociólogos e filósofos (pensadores) (Einstein, Planck, Schrödinger, Gauss, Riemann, Hilbert, Wöhler, Ehrlich, Marx, Kant, Schopenhauer, Engels, Freud, Hegel, Haeckel (Häckel), Jung, Nietzsche, Haber, Weber, Leibniz etc).

O alemão é a quarta língua estrangeira mais popular no mundo e a terceira na Europa (depois do inglês e do francês), EUA e Ásia Oriental (Japão). É uma das línguas oficiais da União Europeia.

História

Os dialetos sujeitos à segunda mutação consonântica germânica durante a Idade Média são considerados parte da língua alemã moderna.

Como consequência dos padrões de colonização, da migração dos povos ou Völkerwanderung, das rotas de comércio e de comunicação (principalmente os rios) e do isolamento físico (montanhas íngremes e florestas escuras), desenvolveram-se dialetos regionais muito distintos.

Esses dialetos, muitas vezes mutuamente incompreensíveis, foram utilizados por todo o Sacro Império Romano-Germânico. Como a Alemanha estava dividida em muitos Estados distintos, não havia uma força unificadora ou uma padronização alemã até que Martinho Lutero traduziu a Bíblia (o Novo Testamento em 1521 e o Velho Testamento em 1534).

A variedade regional (dialeto) na qual Martinho Lutero traduziu a Bíblia hoje em dia é considerada o modelo sobre o qual foi construído o alemão padrão clássico ou Hochdeutsch. Hoch, "alto" e Deutsch significa "alemão clássico", e não alto-alemão. Quase todo material utilizado pelas empresas de comunicação e quase todo material impresso é produzido principalmente nessa variedade ou dialeto oficial alemão. O alemão clássico é compreendido por todo o país, mas todas as regiões possuem seus distintos dialetos.

O primeiro dicionário dos Irmãos Grimm, ou Brüder Grimm, do qual dezesseis partes foram lançadas entre 1852 e 1960, permanece como o guia mais compreensivo das palavras do idioma alemão. Em 1860, regras gramaticais e ortográficas apareceram pela primeira vez no Duden Handbuch (Duden Handbook, em inglês). Em 1901, o Duden foi declarado o padrão definitivo do idioma alemão, em relação a esses assuntos lingüísticos. Somente em 1998, algumas dessas regras foram oficialmente revisadas.

Classificação

O alemão é um membro do ramo ocidental da subfamília das línguas germânicas, que faz parte da família das Línguas indo-européias.

 

Língua oficial

Conhecimento de alemão nos países da União Europeia.

O alemão é a única língua oficial na Alemanha, Liechtenstein e Áustria. É língua co-oficial na Bélgica (com francês e neerlandês), Luxemburgo (com francês e luxemburguês), Suíça (com francês, italiano e romanche) e na Itália (no Tirol Meridional). É uma das 20 (em 2007 21) línguas oficiais da União Europeia.

 

Língua minoritária

É também uma língua minoritária na Dinamarca, França, Rússia, Tajiquistão, Brasil, Polónia, Roménia, Togo, Camarões, EUA, Namíbia, Paraguai, Hungria, República Checa, Eslováquia, Países Baixos, Eslovénia, Ucrânia, Croácia, Moldova, Austrália, Letónia, Estónia e Lituânia.

O alemão já foi um dia a língua franca da Europa central, ocidental e norte, mas as guerras mundiais, que retiraram seus territórios e os cederam a outros países, fizeram do território alemão metade do que era há 100 anos atrás, consequentemente diminuindo a população que falava alemão como língua nativa. Uma influência crescente da língua inglesa tem afetado sua importância, recentemente. Entretanto, o alemão permanece como uma das mais fortes e populares línguas estrangeiras ensinadas pelo mundo, e é menos popular que o francês como língua estrangeira na Europa. 38% de todos os cidadãos europeus dizem que podem conversar em alemão.O alemão é a língua mais falada na União Européia, mas a maioria são falantes nativos. O idioma estrangeiro mais popular na União Européia, depois do inglês, ainda é o francês. Como língua estrangeira, o alemão ocupa o quarto lugar, seguindo o inglês, espanhol e francês. Tendo perdido metade dos seus territórios originais nas duas Guerras Mundiais, a Alemanha tem muitos de seus antigos habitantes, em países como Polônia, França, Países Baixos, Bélgica, Dinamarca, Lituânia, Kaliningrado (antigo Königsberg alemão), Eslováquia e Ucrânia.

 

Dialetos

O termo Deutsch, "alemão", é usado para diversos dialetos da Alemanha, nos países circunvizinhos e na América do Norte e na América do Sul, por exemplo, no Brasil (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), na Argentina, Chile e Paraguai, entre outros países da América do Sul.

Os dialetos da Alemanha são geralmente divididos em baixo-alemão, médio-alemão e alto-alemão (a língua tradicional dos povos judeus asquenazes, o idioma iídiche, faz parte deste grupo de falares teutos). Nem todos os dialetos alemães são mutuamente inteligíveis.

Os dialetos do baixo-alemão ou baixo-saxão, como são algumas vezes mais conhecidos, são mais próximos dos dialetos Baixo-Francônicos, como o neerlandês, do que dos dialetos do alto alemão e, por uma perspectiva linguística, não são parte da língua alemã oficial.

Os dialetos do alto-alemão, falados por comunidades germânicas nos antigos países da União Soviética e pelos judeus asquenazes, têm várias características únicas e são geralmente considerados uma língua separada: o iídiche.

Existem também dialetos distintos do Alemão que são ou foram falados na América, incluindo o alemão da Pensilvânia, o alemão do Texas, o Hutterite German, e o Riograndenser Hunsrückisch (Hunsrückisch), falado em toda a região sul do (Brasil), no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e mesmo em partes da Argentina, Paraguai e Uruguai que fazem fronteira com o sul do Brasil.

Os modernos dialetos do alemão oficial são divididos em médio-alemão e alto-alemão. O alemão padrão é um dialeto do médio-alemão, enquanto as variantes austríacas e suíças fazem parte do alto-alemão.

É fundamental ressaltar que as palavras "alto-", "médio-" e "baixo-" em relação ao idioma alemão se referem às regiões demográficas ocupadas pelos povos germânicos, sendo que, mais ao norte, encontram-se as regiões mais baixas, planas e quase ao nível do mar; já as regiões mais ao sul correspondem aos Alpes e às regiões mais altas e montanhosas. No sul do Brasil, freqüentemente, as pessoas imaginam que os falares dialetais germânicos locais têm palavras como Platt ("plano" ou "baixo") associadas aos seus nomes por sua língua ser de qualidade inferior e indesejável no universo dos idiomas.

 

No Brasil

Há quem argumente que o alemão falado no Brasil é de fato um regionalismo brasileiro e não simplesmente uma língua estrangeira (sendo que o mesmo argumento poderia ser feito referente ao talian, um dialeto ítalo-brasileiro com raízes no língua vêneta e que é falado nas regiões vinícolas do Rio Grande do Sul).

Cidades como Pomerode, Brusque, Teutônia e Santa Cruz do Sul são apenas alguns exemplos de localidades onde se pratica a língua alemã. Todavia, muitos teuto-falantes também moram no campo e estão ligados à agricultura. As estimativas atuais afirmam que 200 mil brasileiros possuem o alemão como língua materna. Os dois dialetos do alemão mais difundidos no Brasil são o hunsriqueano rio-grandense ou (Riograndenser Hunsrückisch). O Hunsrückisch original é um dialeto falado na Alemanha e classificado como um dos dialetos que formam o grupo Moselfränkisch, falado no Palatinado Renano (Rheinland-Pfalz); o segundo dialeto alemão mais falado no Brasil é o pomerano (Pommersch/Pommeranisch) (que não deve ser confundido com o idioma cassúbio, um idioma eslavo que partilha o mesmo nome). Ambos os dialetos são provenientes de regiões da Europa onde surgiram originalmente.

Muitos imigrantes de outras regiões da Alemanha acabavam adotando o Riograndenser Hunsrückisch no Brasil, depois de uma ou mais gerações. O idioma alemão do Brasil é mantido principalmente no lar, nas comunidades e, desde a II Guerra Mundial, passou a ser mais uma língua falada do que escrita, sendo que a língua portuguesa tomou o seu lugar nas escolas e na imprensa.

A expansão nacional dos meios de comunicação e dos transportes também contribui muito para o declínio do alemão do Brasil. Se a história e, mais tarde, a modernização serviram para desvalorizar este regionalismo, a Internet hoje em dia, supremo meio de comunicação, vem permitir àqueles/as interessados/as aperfeiçoarem seus conhecimentos lingüísticos de forma sem precedentes.

No ano de 2004, comemoraram-se, por todo o sul do país, os 180 anos da imigração e do regionalismo teuto-brasileiro. Note-se que a maioria dos teuto-brasileiros que é bilíngüe somente fala o dialeto com as pessoas mais chegadas e, portanto, o dialeto passa despercebido na maioria dos casos.

Sistema de escrita

O alemão é escrito utilizando o alfabeto latino. Além das 26 letras padrão, possui três vogais com Umlaut (ä, ö e ü) mais a consoante eszett ou scharfes es ("ß"). A forma do ß lembra a do beta grego, mas a pronúncia é a mesma do "ss". Esse som pode ser escrito tanto com essa letra como com "ss": Straße e essen. Segundo a ortografia nova do alemão, o ß é usado depois de uma vogal estendida ("Straße") e o ss é usado depois de uma vogal curta ("essen").

Nomes da língua alemã em outras línguas

  • Castelhano: alemán
  • Catalão: Alemany
  • Asturiano: Alemán
  • checo: němčina
  • Chinês: 德语 (de2 yu3)
  • Coreano: 德語 (tog-ŏ) (?)
  • Dinamarquês: tysk
  • Eslovaco: nemščina
  • Esperanto: germana lingvo ou germanlingvo
  • Estoniano: saksa keel
  • Francês: allemand
  • Finlandês: saksan kieli
  • Gaélico irlandês: géarmáinís
  • Grego: Γερμανικός
  • Hebraico: גרמנית (germanit)
  • Inglês: German language
  • Islandês: þýska
  • Italiano: tedesco
  • Japonês: ドイツ語 (doitsu-go)
  • Latim: Lingua Theodisca
  • Neerlandês: Duits
  • Norueguês: tysk
  • Polaco: język niemiecki, niemczyzna
  • Português: Alemão/Língua Alemã
  • Romeno: germană
  • Russo: неме́цкий язы́к (nemetzki iazik)
  • Sueco: tyska
  • Turco: Almanca